12 de mai. de 2014

Pesquisa mostra os efeitos devastadores do vício em internet , especialmente nos adolescentes.






A internet veio para ficar, não há a menor dúvida. Basta uma queda na rede, e logo bate aquela sensação de estar incomunicável e de estar perdendo algo muito importante. Todos nós já passamos por aquele momento “bem agora que eu ia pagar a conta” ou algo parecido, mas sem grande sofrimento. O problema está quando o internauta tem sintomas de abstinência quando isto acontece.

Uma recente revisão de 13 artigos da literatura, apresentada na Reunião Anual 2014 da Associação Americana de Psiquiatria , aponta que as pessoas com vício em Internet , principalmente viciados em jogos, tendem a ter certas anormalidades cerebrais.

Nas áreas do cérebro onde ficam os centros de recompensa e prazer foi notado um aumento do fluxo sanguíneo. Há também um acúmulo de dopamina, (também observado na dependência química) que pode estimular os neurônios, acarretando um quadro de euforia.

Viciados em Internet também têm maior sensibilidade à recompensa, o que pode predispor ao vício em drogas de abuso; e menor da sensibilidade à perda monetária . Isso pode torná-los indiferentes às consequências do seu comportamento, que podem incluir dificuldades psicológicas, sociais e de trabalho.

A pesquisa mostra uma correlação significativa entre ”Vício em Internet” e problemas de saúde mental,  incluindo depressão, suicídio , transtorno obsessivo-compulsivo , transtornos alimentares , transtorno de déficit de atenção / hiperatividade, assim como  uso de álcool e de drogas ilícitas. Em países do Sul da Ásia já existem alguns centros de desintoxicação para o vício da Internet

Num estudo patrocinado pelo Yahoo, participantes receberam US$ 500 para não usar a internet por duas semanas. Quase metade deles disse que devolveria o dinheiro dentro de cinco dias para poder voltar a navegar pela rede mundial de computadores.

 Alguns dos critérios propostos para diagnosticar um possível internauta “viciado” são: acentuado sofrimento , preocupação , alterações de humor na ausência de uso da rede. Os estudos são recentes e ainda há muito a se pesquisar. Mesmo assim, vamos ficar atentos!






28 de fev. de 2014


Bullying por técnicos de esportes? Acontece mais do que vocês imaginam!

Nas últimas duas décadas os estudos e  informações sobre bullying ganharam espaço e impacto, tanto na mídia geral, como na especializada. Podemos definir bullying como um abuso sistemático de poder, no qual um indivíduo mais forte intimida (física e/ou verbalmente) um outro mais fraco ou com menos poder.

Já sabemos que o bullying pode ter efeitos dramáticos e duradouros nas suas vítimas, atrapalhando o desenvolvimento social, emocional, e causando danos substanciais à saúde mental.

Na relação atleta-técnico,  já existe naturalmente um desbalanço de poder entre os envolvidos.  E quando o bullying ocorre no ambiente esportivo, os efeitos são ainda piores, pois se somam ao stress das competições, e da busca por resultados.

Obviamente existem excelentes técnicos, que estimulam e encorajam positivamente seus times. Há, entretanto, aqueles que xingam e humilham seus jogadores. 
Em um estudo publicado em 2 de fevereiro de 2014 (bem fresquinho!) os autores entrevistaram 6000 adultos jovens ( com idades entre 18 e 22 anos) para saber como havia sido sua experiência esportiva na infância e adolescência. O resultado foi impressionante. Três quartos dos entrevistados, ou seja, 75%, reportou pelo menos um episódio de " dano emocional" durante sua experiência esportiva. E desses, um terço contou que a fonte do stress foi o técnico. Um outro estudo revelou que 45% das crianças relataram má conduta verbal de treinadores, incluindo xingamentos e insultos durante o jogo.
 
No primeiro estudo a qual me refiro, os pesquisadores observaram quatro estratégias que os técnicos usam em defesa própria,   para tentar racionalizar e minimizar as percepções negativas do seu comportamento.  Conto abaixo, para que facilite a identificação e abordagem do comportamento de bullying, caso seja necessário.

1) Justificativa moral:
O  agressor tenta retratar o comportamento como socialmente aceitável, generalizando-o. Por exemplo:   "todos os técnicos  perdem o controle de vez em quando"  ou " isso é normal, sempre fizemos assim, e por isso nós ganhamos o campeonato".
Ao argumentar que o comportamento é normal, eles comentem o engano de achar que "comum" e "correto" são a mesma coisa. Quando a cultura de bullying esta enraizada numa escola ou clube, esse comportamento pode até parecer normal, e a  intimidação dos atletas tende a ser ignorada.

2) Culpa rebatida:
Nesse caso, o técnico minimiza o estrago rebatendo a culpa para o jogador: " me desculpe, me excedi um POUCO, mas nós realmente precisamos treinar os fundamentos se queremos ganhar"! Isso da a entender que se o time estivesse bem, ele não precisaria ter se excedido. Muitas vezes, o pedido de desculpas faz parte do ciclo do bullying: agressão- desculpa-justificativa.

3) Comparação:
Na terceira forma de se defender, o agressor compara seu ato com algo ainda pior, minimizando o problema:  " mas eu nunca encostei a mao neles". E se esquece que às vezes, palavras deixam mais seqüelas do agressões físicas.

4) De mal a pior:
O técnico  tenta fazer o atleta recuar mostrando que quem detém o poder é ele, e que não adianta se defender. 
" Se você não gosta do meu jeito, você pode sair do time", e pode mesmo deixar o atleta em opção.

Essas situações descritas acima são mais comuns do que imaginamos, e podem ajuda-los a conversar com os envolvidos, e também cobrar que escolas e clubes supervisionem os treinos.

23 de fev. de 2014

COMIDA x SONO.


Cansado de contar carneirinhos? Ter dificuldade em adormecer pode ser extremamente frustrante e pode levar a ganho de peso e aumento do risco de obesidade, doenças cardíacas e diabetes. O número de adultos e crianças que sofrem com privação de sono é enorme, e cresce cada vez mais.
Uma medida básica, e que eu uso (nem sempre com sucesso) em casa, é desligar TODOS os eletrônicos/telas 1,5h hora antes de dormir. Deitar todas as noites no mesmo horário também costuma ajudar.
O que comemos no jantar também influencia muito nossa qualidade de sono. Alguns alimentos são “indutores” de sono, outros atrapalham bastante. Vamos ver quais são eles!
1.    LEITE. A sua avó tinha razão quando dizia que beber um copo de leite antes de dormir ajuda a embalar seus sonhos. O leite é um indutor porque tem triptofano, que aumenta os níveis de melatonina, substância indutora de sono.
2.     SOJA. Boa notícia para os vegetarianos, soja contém triptofano. Em seu estado natural, 1 xícara contém 100% da necessidade diária.  
3.    NOZES. Castanha de caju e nozes também ajudam, e uma boa ideia é polvilhar castanhas na sua salada, massa ou legumes.
4.    SALMÃO. Já tínhamos ótimos motivos para comer salmão, que  juntamente com bacalhau, linguado, atum, e pargo são bons fontes de vitamina B6, que aumenta a  produção de melatonina.
5.    ESPINAFRE e outras verduras verde-escuras: Ótima fonte de vitaminas do grupo  B, o espinafre colabora para uma boa noite de sono.
6.    LENTILHAS. Além de ser uma grande fonte de triptofano, lentilhas são embaladas com fibras, que ajudam na digestão e diminuir o colesterol.

Agora uma pincelada nos alimentos que podem piorar nossa noite:
1.    CHOCOLATE. Dependendo de quanto você come, chocolate pode conter tanta cafeína quanto um refrigerante. Para a maioria das pessoas,  2 quadradinhos não vão acabar com a noite, já comendo a barra inteira...
2.    PIMENTA  e afins. Perto da hora de dormir, nossa temperatura central diminui. Alimentos picantes, entretanto, aumentam nossa temperatura interna (por isso usamos alguns para auxiliar na queima calórica!), e podem atrapalhar nosso precioso descanso.
3.    ÁLCOOL. Você jure que um copo de vinho te dá sono? Ele pode fazer isso no início, mas como o metabolismo do álcool é rápido, esse efeito passa logo no início da noite, aumentando o ronco, e perturbando seu sono REM.
As pessoas reagem de formas diferentes aos mesmos alimentos, e tem chocólatra que dorme bem à noite, e bebês que tomam leite e não dormem... Mas não custa nada tentar melhorar sua noite de sono. Seu coração agradece! 

19 de fev. de 2014

Obeso e Saudável? Será possível?

Algumas pessoas com sobrepeso ou obesas tem os níveis de glicose, pressão arterial e colesterol normais (a chamada “saúde metabólica”). A partir desses dados, circularam no final do ano passado alguns artigos sugerindo que existe um grupo de obesos saudáveis. A comunidade científica se arrepiou, e foi atrás das evidências.
Os pesquisadores canadenses (Mount Sinai Hospital, Toronto) analisaram estudos que seguiram juntos mais de 61.000 adultos, durante pelo menos 10 anos. Cerca de 9% por cento dos indivíduos eram “obesos saudáveis”.
Os resultados estão publicados no Annals of Internal Medicine e mostram que em comparação com pessoas saudáveis ​​de peso normal, os “obesos saudáveis” tinham 24% mais risco de enfarto do miocárdio (ataque cardíaco), acidente vascular cerebral (derrame) e morte por qualquer causa.  Esse resultado gerou controvérsia no meio acadêmico, entretanto, mesmo quem criticou o estudo, concorda que é sempre mais saudável para um obeso perder peso.
Como muitas verdades na medicina são apenas transitórias, nada melhores do que mantermos uma alimentação saudável, fazer alguma atividade física com prazer, e ensinar tudo isso às crianças!


17 de fev. de 2014

Com essa onda de calor, recebo todos os dias queixas de que as crianças estão sem fome.
A verdade é que ninguém consegue comer muito feijão e arroz com esse calor de deserto que estamos enfrentando. Para refrescar um pouco o corpo (e a alma), nada melhor do que os picolés de fruta! Para não encher as crianças de conservantes, minha sugestão é fazê-los em casa mesmo, com moldes para picolé. Diversas lojas já vendem os moldes, mas para quem gosta de improvisar, é possível fazer picolés usando copos de vidro ou acrílico com um palito de sorvete.
Além de gostoso, a farra na cozinha é ótima para reunir pais e filhos!
Abaixo, duas receitas saudáveis e refrescantes.

1.    PICOLÉ DO HULK: VERDE E FORTE!

INGREDIENTES
 3 fatias grossas de abacaxi
1 pepino japonês orgânico com casca (beem lavado!)
10 folhinhas de hortelã lavadas
2 folhas de couve manteiga lavadas (de preferência, orgânica)
Açúcar ou adoçante a gosto

INSTRUÇÕES
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até ficar homogêneo. Passe numa peneira grossa.
Despeje a mistura nos moldes de picolé. Coloque o molde no congelador até que esteja totalmente congelado. Para liberar os picolés, deixe correr água quente sobre a parte externa do molde de picolé por alguns segundos até que eles possam ser removidos (não exagere para que eles não derretam!)

2. PICOLÉ CASEIRO FUNCIONAL de UVA

INGREDIENTES
300ml de suco de uva orgânico (aquele da garrafa de vidro!)
1 xícara de frutas vermelhas congeladas (podem ser variadas ou apenas morango, p. exemplo)
1 colher de sopa de chia.

INSTRUÇÕES
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até ficar homegêneo.
Despeje a mistura nos moldes de picolé. Coloque o molde no congelador até que esteja totalmente congelado. Para liberar os picolés, deixe correr água quente sobre a parte externa do molde de picolé por alguns segundos até que eles possam ser removidos (não exagere para que eles não derretam!)
 Dica: coloque alguns morangos picados na forma. Enfeita e fica ótimo!

Boa Semana!
Dra. Ilana Holender Rosenhek